Para os cristãos, aprender é uma das formas de se relacionar com Deus, o Criador de toda a realidade. O life long learning (em português, o aprendizado continuado) é algo que pretendemos fazer de fato por toda nossa vida.
Sendo assim, estaríamos na vanguarda de um movimento que, de acordo com o educador e professor catedrático da USP Mozart Neves Ramos, está cada vez mais crescente: o aumento na busca de cursos universitários por adultos com mais de 40 anos (cf. https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/mundo-atual-exige-requalificacao-e-estudo-constante-de-todas-as-pessoas-diz-educador/).
Diante dessa informação, reiterada pelo último Censo da Educação Superior, realizado em 2021, como não lembrar de nossas crianças, na sala de aula do Ensino Fundamental nos Anos Finais, ansiosos pelo momento em que vão sair da escola para não precisarem mais estudar e fazer dever de casa?
Se, como educadores de escolas confessionais, não estamos atentos para eventuais manifestações como essas que venham de nossos alunos, estamos falhando em comunicar a eles a oportunidade que enxergamos, como cristãos, de estudar para bem além do período escolar.
É evidente que o desânimo de muitos alunos com os estudos tem causas bem complexas, mas, às vezes faz falta (e muita falta) as crianças verem os adultos lendo, fazendo “deveres de casa” e estudando: com as dificuldades e alegrias envolvidas nessa prática.
A importância de a família e as igrejas darem esse exemplo é tácita. Já as escolas podem tornar mais visíveis para seus alunos as atividades de estudo que proporciona a seus professores. Por exemplo, se a escola tem um clube do livro entre os docentes, a reunião poderia acontecer na Biblioteca da escola, para que os alunos os vejam frequentando esse espaço como usuários. Se existem professores na escola que estão fazendo mestrado e doutorado, a escola pode fazer uma seleção de trabalhos que interessem à comunidade escolar, e abrir comunicações de 10 a 15 minutos no pátio da escola, para que os alunos vejam os adultos conversando sobre o conhecimento e o estudo.
É importante não apenas ensinarmos aos alunos como podem e devem estudar continuamente, mas também ensinarmos como nós, os adultos, estamos comprometidos com esse mesmo desafio, e que nossa razão para isso é muito pessoal e uma oportunidade maravilhosa que Deus nos dá.