Proposta pedagógica

O Instituto Presbiteriano Mackenzie e os Sistemas de Ensino creem no Deus triúno – Pai, Filho e Espírito Santo –, referência de toda a realidade, cujo Reino se manifesta em todas as áreas do conhecimento e da existência humana, como ensinado na Bíblia Sagrada.
Assim, a missão do Mackenzie é educar e cuidar do ser humano, criado à imagem de Deus, para o exercício pleno da cidadania, em ambiente de fé cristã reformada, com o objetivo de o Mackenzie ser reconhecido pela sociedade como instituição confessional presbiteriana e filantrópica,
que se dedica às ciências divinas e humanas, comprometida com a responsabilidade socioambiental, em busca contínua da excelência acadêmica, do cuidado e da gestão.

São, então, valores e princípios da proposta pedagógica dos Sistemas de Ensino Mackenzie, consonante aos valores e princípios institucionais:

  • na conduta pessoal – dignidade, caráter, integridade e espírito mackenzista;
  • no exercício da atividade profissional – ética, competência, criatividade,
    disciplina, dedicação e disposição para o trabalho voluntário;
  • no relacionamento interpessoal – lealdade, respeito mútuo, compreensão,
    honestidade e humildade;
  • no processo de decisão – busca de consenso, de justiça, de verdade, de
    igualdade de oportunidades para todos;
  • no relacionamento entre órgãos colegiados, unidades e departamentos
    cooperação, espírito de equipe, profissionalismo e comunicação adequada;
  • no relacionamento com outras instituições – responsabilidade, independência e transparência;
  • na sociedade – participação e prestação de serviços à comunidade;
  • e, em todas as circunstâncias, agir com amor que é o vínculo da perfeição, para a maior glória de Jesus Cristo.

1. Cosmovisão cristã

Cosmovisão é o compromisso, a orientação fundamental do coração, que pode ser expresso em uma história ou um conjunto de pressupostos (suposições que podem ser verdadeiras, verdadeiras em parte ou de todo falsas) que mantemos (de forma consciente ou subconsciente, consistente ou inconsistente) sobre a constituição básica da realidade e que fornece o fundamento sobre o qual vivemos, nos movemos e existimos. (SIRE, 2018).
A confessionalidade do Mackenzie comunica sua cosmovisão cristã reformada. E a cosmovisão pressupõe uma perspectiva peculiar de três relações fundamentais: a relação com Deus, a relação com o próximo e a relação com o mundo.
É proposição da pedagogia do Mackenzie que o processo educacional tenha por objetivo a formação integral do ser humano, como ser criado à imagem e semelhança de Deus.
Nessa visão, a formação integral do cidadão:

  • abrange sua realidade pessoal e social, mediante a utilização de conhecimentos
    espirituais, éticos e científicos para transformar essa realidade, com
    vistas à glória de Deus e à prática do bem conforme definido nas Escrituras;
  • não se limita à mera especialização profissionalizante, que se preocupa em
    formar cidadãos competitivos, em detrimento da formação de seres humanos;
  • abrange a educação moral fundada em valores éticos absolutos, os quais devem permear o comportamento dos educadores e os conteúdos acadêmicos, com vistas ao desenvolvimento de tais virtudes na vida dos alunos.

2. Filosofia

Em sua proposta pedagógica, os Sistemas de Ensino Mackenzie objetivam uma educação transformadora, crítica, ética, voltada para o mundo do trabalho e para a cidadania plena. Desejam ainda que o educando saiba lidar com mudanças rápidas e as novas exigências da sociedade tecnológica sem se desumanizar, priorizando os vínculos afetivos, principalmente reconhecendo a sua total dependência como criatura na relação com o seu Criador.
A reflexão filosófica tem implicações científicas e práticas, pois é a filosofia que sustenta toda a atividade intelectual e acadêmica mesmo para quem não reconhece o lugar do pensamento filosófico em toda atividade da racionalidade humana. A filosofia não cristã contemporânea, entretanto, potencializa a racionalidade humana. A filosofia é teísta e fundamenta-se nos pressupostos bíblicos como a única fonte do propósito do mundo e do sentido da vida, com o objetivo maior de promover a glória de Deus, centrada na pessoa de Jesus Cristo. A filosofia cristã reformada é a base e origem calvinista.
A proposta filosófica educacional identifica o tipo de pessoa que se pretende formar, já que o entendimento filosófico correto pode permitir ao educador fazer a distinção entre as ideias que podem levar os alunos a falsas conclusões daquelas que lhes darão acesso a uma vida de veracidade e realizações.

Cremos que esse conhecimento de Deus promove:

3. Modelo pedagógico

Ao longo do tempo, a escola tem mudado em larga escala o foco de “o quê” ensinar para “o como ensinar”. No entanto, a escola cristã tem a preocupação intrínseca tanto com “o quê” ensinar, quanto com “o como ensinar”. Isso porque entende que o que ensinamos é essencial para manter o que somos e cremos, e como ensinamos é fruto da compreensão de quem somos.
O processo de ensino-aprendizagem se faz de maneira criativa, expressiva, racional, pesquisadora e descobridora, em interação entre professor, aluno e matéria do conhecimento. Professor e aluno são criaturas feitas à imagem de Deus, dotados de múltiplas capacidades como pensar, raciocinar, analisar, comunicar, expressar, descobrir, desenvolver, criar etc.

Na prática, com essa confessionalidade, visão, missão, entendimento do
processo de ensino-aprendizagem e de educação, os Sistemas de Ensino Mackenzie propuseram um modelo pedagógico caracterizado por:

3.1 Teoria cognitivo-interativa

A teoria cognitivista de Ausubel, desenvolvida pelo psicólogo educacional David Ausubel, é uma abordagem que enfatiza a importância da estruturação e organização do conhecimento na aprendizagem dos alunos. Essa teoria destaca a relevância dos conhecimentos prévios dos alunos, conhecidos como “organizadores prévios”, no processo de assimilação e ancoragem de novas informações.
A teoria cognitivista de Ausubel tem implicações práticas significativas para a prática educacional. Os professores são encorajados a planejar suas aulas levando em consideração os conhecimentos prévios dos alunos e a estabelecer conexões entre os novos conteúdos e os conceitos já dominados. O uso de estruturas organizacionais claras, como mapas conceituais e esquemas, pode auxiliar os alunos na assimilação e na ancoragem do conhecimento. Além disso, é importante criar um ambiente de aprendizagem ativo e participativo, no qual os alunos sejam estimulados a refletir, a discutir e a aplicar o que estão aprendendo (MOREIRA, 2011).
A teoria cognitivo-interativa é uma abordagem teórica que se baseia na interação entre os processos cognitivos e o ambiente social e físico em que ocorre a aprendizagem. Essa teoria é amplamente discutida no livro Fundamentos Pedagógicos, da Association of Christian Schools International (ACSI), e oferece uma perspectiva valiosa para compreender como os estudantes adquirem conhecimento e desenvolvem habilidades.
Segundo a teoria cognitivo-interativa, a aprendizagem não é vista como um processo passivo em que o conhecimento é simplesmente transmitido de um professor para um aluno, mas sim como um processo ativo em que o estudante constrói ativamente seu entendimento por meio de interações com o ambiente. Essa interação envolve tanto fatores cognitivos, como a compreensão, a memória e o raciocínio, quanto fatores sociais, como a colaboração, o diálogo e a interação com os outros.

Um dos principais princípios da teoria cognitivo-interativa é a ideia de que a aprendizagem ocorre por meio da resolução de problemas e da aplicação prática do conhecimento. Os estudantes são incentivados a engajar-se em atividades desafiadoras que estimulem o pensamento crítico, a criatividade e a resolução de problemas. Nesse contexto, os professores desempenham um papel fundamental como facilitadores do processo de aprendizagem, fornecendo orientação e suporte, promovendo a reflexão e encorajando os estudantes a explorar diferentes perspectivas (ACSI, 2005).
A teoria cognitivo-interativa também destaca a importância da interação
social na aprendizagem. Por meio da colaboração e do diálogo com os outros,
os estudantes têm a oportunidade de compartilhar ideias, debater, negociar
significados e construir um entendimento mais profundo dos conteúdos estudados. Esse aspecto social da aprendizagem é enfatizado na teoria cognitivo-interativo como um elemento essencial para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes.
No contexto educacional, a teoria cognitivo-interativa tem implicações importantes para a prática pedagógica. Ela sugere que os professores devem adotar estratégias instrucionais que promovam a participação ativa dos estudantes, estimulem a reflexão e o pensamento crítico, e incentivem a colaboração e o diálogo. Além disso, os ambientes de aprendizagem devem ser projetados de modo a facilitar a interação entre os estudantes e proporcionar recursos e materiais que apoiem a construção do entendimento (ACSI, 2005).

3.2 Aprendizagem significativa

Na visão cristã, importa muito o vínculo entre a cognição e a realidade criada. Assim, essa abordagem teórica discute a importância de utilização de estratégias pedagógicas que promovam a aprendizagem significativa, como o uso de analogias, exemplos concretos e situações práticas, ressaltando a importância do papel do educador na criação de experiências de aprendizagem que estimulem o engajamento do aluno na construção de significados e a transferência do conhecimento para situações reais.
De acordo com a teoria da aprendizagem significativa de Ausubel, o aprendizado significativo ocorre quando as informações são organizadas em uma estrutura cognitiva já existente, chamada de “estrutura de conhecimento”. Essa estrutura consiste em um arcabouço de conceitos e ideias que o indivíduo possui em determinada área do conhecimento. Desse modo, a aprendizagem significativa pretende estabelecer conexões neurais, utilizando subsunçores para consolidar o próximo aprendizado, de maneira gradativa, promovendo a retenção e compreensão do conhecimento (MOREIRA, 2011).
Para que a aprendizagem aconteça é necessário estabelecer um vínculo entre o novo aprendizado e as ancoragens já existentes sobre o novo conteúdo apresentado.
Esse tipo de aprendizagem envolve identificar os conceitos-chave e relacioná-los de maneira clara e coerente, permitindo que o aprendiz construa significados, compreenda e aprofunde o assunto, ou seja, determine o que o aluno já sabe e ensine-o de acordo. Por isso, nosso material é estruturado com base em uma sequência didática modelada no conceito de aprendizagem significativa. Contudo, consideramos que o conhecimento a ser assimilado de forma significativa precisa de uma construção do entendimento, e não do conhecimento.

3.2.1 Sequência didática

Para organizar o processo de ensino-aprendizagem, os Sistemas de Ensino Mackenzie desenvolveram uma sequência didática na qual os objetos do conhecimento de cada ano escolar são apresentados, organizados e hierarquizados para garantir o processo de ensino e aprendizagem interativo e significativo, ao trazerem os objetos do conhecimento extraídos das habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) agrupados em unidades, desenvolvidas e articuladas em capítulos que sempre se iniciam com:

  1. contextualização, momento em que os conhecimentos prévios dos alunos
    são mobilizados com o objetivo de ancorar o próximo conceito;
  2. conceituação criativa e consistente de novos conceitos, para promoção do
    engajamento do estudante;
  3. sistematização dos novos conceitos aplicada e promovida por meio do processo indutivo-dedutivo, construindo o entendimento dos conceitos;
  4. aplicação do conhecimento, em que as vivências se tornam experiências, resultando no fazer e na prática do aluno.
  5. avaliação constante do processo, evidenciando a aprendizagem e fornecendo as evidências por meio de dados que favorecem o feedback e o aprimoramento da prática educacional.

3.3 Aprendizagem criativa

A aprendizagem criativa é uma abordagem inovadora na educação, pois ela se baseia na concepção de que os estudantes podem desenvolver habilidades cognitivas, emocionais e sociais, por meio da exploração criativa e da solução de problemas complexos. Uma organização conceitual que pode ser aplicada para promover a aprendizagem criativa é a teoria dos 4 Ps: projeto, paixão, pares e pensar brincando. (RESNICK, 2020.)
O primeiro P, projeto, refere-se à criação de atividades ou tarefas envolventes e significativas que incentivam os alunos a assumirem um papel ativo no ensino-aprendizagem. Ao envolver os alunos em projetos, eles têm a oportunidade de explorar temas de interesse pessoal e de trabalhar em direção a um objetivo concreto. Isso promove o engajamento e a autonomia, permitindo que eles desenvolvam suas próprias perguntas, investiguem, experimentem e criem soluções originais.
O segundo P, paixão, enfatiza a importância de conectar os interesses e as paixões dos alunos com o processo de aprendizagem. Quando os estudantes estão envolvidos em atividades que os inspiram e os motivam, eles estão mais propensos a se dedicarem e a se aprofundarem no assunto. A paixão desperta a curiosidade e estimula a criatividade. Os professores podem auxiliar os alunos a identificar suas paixões e a encontrar maneiras de incorporá-las em projetos educacionais.
O terceiro P, pares, reconhece a importância da colaboração e do trabalho em equipe na aprendizagem criativa. Ao trabalhar em grupos, os alunos têm a oportunidade de compartilhar ideias, resolver problemas
de modo coletivo e aprender com os outros. A interação com os colegas promove a troca de perspectivas, o desenvolvimento de habilidades sociais e a construção de conhecimento coletivo. Os professores podem incentivar a colaboração ao criar ambientes de aprendizagem que favoreçam o trabalho
em grupo e a comunicação efetiva.

O último P, pensar brincando, destaca o papel do jogo e da experimentação na aprendizagem criativa. Os jogos podem proporcionar um ambiente seguro para os alunos explorarem novas ideias, assumirem
riscos e aprenderem com os erros. Ao incorporar elementos lúdicos na sala de aula, os professores podem estimular a criatividade, a resolução de problemas e o pensamento crítico. Os jogos também promovem
a motivação intrínseca e o engajamento dos alunos, tornando a aprendizagem mais prazerosa e significativa.
Ao aplicar a teoria dos 4 Ps na prática educacional, os educadores podem criar um ambiente propício para a aprendizagem criativa florescer. Ao integrar projetos, paixões, pares e jogos/brincadeiras no currículo, os alunos participam do seu próprio aprendizado, desenvolvem habilidades essenciais para o século XXI e exploram seu potencial criativo. A aprendizagem criativa não promove somente a aquisição de conhecimento, mas também estimula o pensamento crítico e a resolução de problemas.

3.4 Alfabetização abrangente

A alfabetização é o processo pelo qual ocorre a aquisição da leitura e da escrita, e os Sistemas de Ensino Mackenzie, com visão abrangente do método de alfabetização, dão especial valor a esse processo. Para que a alfabetização seja efetivada, é fundamental que uma série de habilidades orais, auditivas, visuais, ortográficas e semânticas sejam estimuladas e desenvolvidas na Educação Infantil. Algumas compreensões estabelecidas na Educação Infantil também são consideradas fundamentais para dar suporte
à aquisição da leitura e da escrita: o conhecimento do alfabeto e a consciência fonêmica (percepção e compreensão dos sons). Essas compreensões são essenciais para a eficiência, a facilidade e o sucesso
que as crianças terão no processo de alfabetização. A escolha de um método específico de alfabetização é importante para o aluno organizar e sistematizar o processo de decodificação da língua. Em nossos materiais didáticos, trabalhamos a alfabetização por meio do método fônico, proporcionando um desenvolvimento consciente da competência de leitura, escrita e introdução da criança à cultura letrada, com um programa de desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita que se estende até o Ensino Médio.

4. Nossa visão de professor e aluno

Reconhecemos que o bom professor é vocacionado por Deus para o ensino e, obedecendo a este chamado, coloca-se nas mãos do Criador para, no uso dos seus dons, ensinar aos seus alunos a verdade de Deus, em qualquer campo do conhecimento. O professor serve como instrumento nas mãos de Deus para a formação da cosmovisão do aluno, transmissão dos valores e desenvolvimento do potencial dos alunos. O aluno, como aprendiz e discípulo, e como ser criado à imagem e semelhança do criador, será formado, informado e transformado pelo exercício das capacidades que lhe foram dadas por Deus. (OLIVEIRA, 2012.)

4.1 O professor

A postura do professor deve refletir o padrão bíblico de autoridade. O professor recebeu a autoridade para educar, tanto de Deus quanto dos pais, que são a esfera maior de autoridade sobre os filhos. O professor, como os pais, é um referencial de autoridade vinda de Deus. Assim como os filhos devem honrar seus pais, devem também honrar as demais autoridades. Entretanto, o conceito de autoridade não deve ser confundido com o conceito de autoritarismo irrestrito e irrefletido. A postura democrática do professor
é esperada em sala de aula com o fim de:

  • permitir e instigar o diálogo para a formação de boas regras de convivência;
  • organizar e estabelecer atividades que considerem a interdisciplinaridade;
  • suscitar desafios e instigar a elaboração de hipóteses, cuidando para não esvaziar a qualidade dos conteúdos escolares em detrimento das quantidades a serem estudadas.
    É nessa relação do aluno com o objeto do conhecimento que o professor exerce papel mediador de orientação e interferência.

O professor também é agente:

  • da memória social informal, entendida como a memória do grupo social, incorporada em linguagens, histórias, lendas, canções, relações interpessoais, brincadeiras e rituais, festas, tradições e hábitos;
  • da memória educativa, entendida como o conjunto de conhecimentos, informações e posicionamentos teóricos que constituem os acervos e as particularidades da instituição de ensino;
  • da memória da sociedade digital, em que ele amplia sua função de agente da memória educativa, mediante a recuperação da origem e da memória do saber, organizando e direcionando práticas, conhecimentos, vivências e posicionamentos apreendidos nos mais variados ambientes e equipamentos: dos livros aos computadores, redes e ambientes virtuais. (Oliveira, 2012.)

4.2 O aluno

Considerando que toda atividade educacional transmite uma filosofia de vida, esse modelo pedagógico está calcado no pensamento e na estrutura cognitiva da cosmovisão cristã reformada que são moldados pelas pressuposições contidas na bíblia. De fato, é ao crivo da Bíblia que devem ser submetidos todo labor humano formado de conhecimento e cultura e, particularmente, as estruturas de pensamento em postura de constante exame de todas as coisas com o fim de reter o bem.
À educação, portanto, concerne primeiramente formar, informar e influenciar e desenvolver o lado cognitivo de um indivíduo. O aluno deve assumir o papel no processo ensino-aprendizagem, buscando, no conhecimento, a capacidade de resolução de problemas. Para esse fim, ele ouve com um objetivo específico, faz anotações, fala, escreve, lê para descobrir algo, pesquisa a fim de resolver um problema e entender uma generalização, faz inferências sob orientação do professor e com base nas informações recebidas. Para tanto, ele precisa:

  • compreender como se dá a formação da ciência, das ideias e dos conceitos;
  • entender os motivos que levam à estruturação da sociedade;
  • perceber a realidade, atuando em um movimento de investigação contínua;
  • desenvolver e exercer o senso de crítica, responsabilidade pessoal e social;
  • ler, interpretar e analisar textos e notícias;
  • buscar crescimento intelectual em estudo, pesquisa, avaliação, trabalhos e projetos.
    Deus colocou os filhos em profunda dependência dos pais, o que abrange o processo de formação da visão de mundo. A escola cristã tem um papel importantíssimo nesse processo, como parceira da família. A família é o principal responsável na construção do caráter da criança. A escola cristã participa desse processo à medida que procura associar a:

[…] aprendizagem à vida, criando uma ligação que oferece uma motivação intrínseca para toda a aprendizagem. Essa associação é particularmente importante no segundo ciclo do ensino fundamental e no ensino médio, quando os alunos estão em busca de sua identidade pessoal e significado para a vida. No caso dos educadores que atuam em escolas cristãs, essa ligação é especialmente relevante no ensino da Bíblia. A formação espiritual ou o comportamento transformado só é possível quando o conhecimento das Escrituras tem uma aplicação pessoal para
a vida do aprendiz.
(UECKER, 2004, p.84-85)

Considerando a participação da escola no processo de educação das crianças, os Sistemas de Ensino Mackenzie admitem:

  • a necessidade de a escola transmitir conhecimento (na realidade, a compreensão é que se constrói com o conhecimento que se adquire), pois o objeto do conhecimento são a verdade absoluta (não construída) e a realidade objetiva, e
  • a submissão intelectual e moral do homem em relação a Deus como condição de acesso à liberdade e à sabedoria de vida.

5. Avaliação

Para acompanhar o desenvolvimento das aprendizagens que promovem competências, é necessário estabelecer critérios de observação do desempenho dos alunos em diferentes atividades envolvidas em sua formação, em seu aprendizado de conteúdos específicos do currículo. Essa avaliação, que tem por objetivo gerar informações criteriosas sobre o progresso dos alunos no aprendizado de determinado conteúdo do currículo, é chamada de avaliação formativa. O papel dela é ajudar o professor a fazer um julgamento de quais são os pontos de maior facilidade e os de maior dificuldade do aluno, no processo de ensino-aprendizagem. Assim, ela é concomitante ao processo de ensino-aprendizagem.
Para acompanhar o desempenho geral do aluno, é necessário estabelecer critérios de averiguação do resultado de um processo de ensino-aprendizagem de todo um programa de conteúdo curricular, ou de uma parte dele . Essa avaliação, que tem por objetivo gerar informações sobre o quanto o processo de ensino-aprendizagem tem somado valor à formação do aluno, é chamada de avaliação somativa. O papel dela é ajudar o professor a fazer um julgamento do quanto o processo de ensino-aprendizagem está sendo agregador para o aluno. Assim, ela acontece na conclusão de uma etapa ou de um programa de ensino-aprendizagem.

[…] A avaliação da aprendizagem significativa deve ser predominantemente formativa e recursiva. É necessário buscar evidencias de aprendizagem significativa, ao invés de querer determinar se ocorre ou não, é importante a recursividade, ou seja, permite que o aprendiz refaça, mais de uma vez, se for o caso, as tarefas de aprendizagem. É importante que ele externalize os significados que está captando, que explique, justifique as suas respostas.
(MOREIRA, 2011, p. 52)

Nos Sistemas de Ensino Mackenzie, oferecemos instruções e instrumentos de avaliação da aprendizagem quando disponibilizamos para nossas escolas parceiras questões de testes padronizados e simulados, como ENEM e vestibulares.
Oferecemos também momento de avaliação para aprendizagem em nossas coleções didáticas com uma sequência didática que considera, para o conjunto de habilidades trabalhados em um capítulo e unidade, exercícios formativos e somativos que retomam objetos de conhecimentos extraídos das habilidades da BNCC.

5.1 Avaliação formativa

Segundo Gardner, a avaliação formativa desempenha um papel fundamental no processo de aprendizagem dos alunos, pois fornece informações valiosas aos educadores sobre o progresso e as necessidades individuais de cada estudante. Com isso, vai além da simples atribuição de notas e classificações. Ela se concentra na coleta de evidências contínuas e qualitativas do desempenho dos alunos a fim de fornecer retorno construtivo e orientação para melhorar a aprendizagem. Esse tipo de avaliação é mais centrado no aluno, pois busca entender suas dificuldades e necessidades individuais, adaptando o ensino de acordo com essas informações.
Outro aspecto relevante é a ênfase na promoção da autorreflexão e da autoavaliação dos alunos. Essa abordagem incentiva os estudantes a se envolverem ativamente no processo de aprendizagem, desenvolvendo habilidades metacognitivas e autodirigidas. Ao refletir sobre seu próprio desempenho, os alunos têm a oportunidade de identificar seus pontos fortes, áreas de melhoria e estabelecer metas pessoais. Essa autopercepção é fundamental para que os alunos se tornem aprendizes autônomos e
responsáveis pelo seu próprio crescimento. (GARDNER, 2010)

5.2 Avaliação somativa

A avaliação somativa, de acordo com Gardner, tem como objetivo medir o desempenho final do aluno em relação a um conjunto de critérios predefinidos. Esse modo de avaliação é geralmente realizado no final de um período de aprendizagem, como um exame ou uma prova. A avaliação somativa tem um caráter mais objetivo, buscando verificar a compreensão e a aplicação dos conhecimentos adquiridos pelos alunos. Assim, ela se concentra em aferir o desempenho final dos alunos em relação a critérios
predefinidos. (GARDNER, 2010.)

Sistemas de Ensino Mackenzie

Alicerçados nesse projeto educacional cristão e nesse modelo pedagógico, desenvolvemos os nossos dois sistemas de ensino:

O Sistema Mackenzie de Ensino, utilizado pelos Colégios Presbiterianos Mackenzie e escolas privadas qualificadas pela lei como confessionais, e o Mackenzie Educacional, utilizado por escolas privadas não confessionais, que partilham da visão de mundo do Instituto Presbiteriano Mackenzie.

Nossos livros

Nossos livros abordam os conteúdos estabelecidos pelos marcos regulatórios nacionais tendo por base e critério de trabalho pedagógico a visão de mundo cristã do instituto, possibilitando às nossas escolas diretrizes curriculares para o desenvolvimento de habilidades dos estudantes de ordem cognitiva, física e moral.

Bibliografia:
ASSOCIATION of Christian Schools International (ACSI). Perspectivas cristas da educação: Fundamentos pedagógicos. São Paulo: Associação Religiosa
Imprensa da Fé, 2005.
GARDNER, H.; CHEN, J. C.; MORAN, S. Inteligências múltiplas ao redor do mundo. Porto Alegre: Artmed, 2010.
MOREIRA, Marco Antonio. Aprendizagem significativa: A teoria e textos complementares. São Paulo: Livraria da Física, 2011.

EQUIPE PEDAGÓGICA DO SISTEMA MACKENZIE DE ENSINO