Docência: teoria e prática

Quem trabalha em escola certamente já ouviu alguém lamentar a falta que faz o curso de magistério. A razão do lamento é compreensível: ainda que a universidade traga uma perspectiva teórica importante para o trabalho pedagógico, a natureza desse trabalho, na escola, é bastante prática, e essa prática também tem de ser ensinada e aprendida. Era o que os cursos de magistério faziam: ensinavam a prática. 

A lacuna pode ser preenchida pelos estágios supervisionados, mas ainda há muito trabalho nessa frente, para que eles cumpram essa função. Foi sabendo disso que algumas iniciativas relacionadas à educação começaram a se unir para fortalecer o conhecimento prático do docente e desenvolver uma nova cultura de estágio supervisionado que possa ajudar às escolas a terem docentes ingressantes que cheguem um pouco mais prontos para o dia a dia que vão enfrentar. 

No segundo semestre de 2023, o Instituto Península fez uma matéria para divulgar alguns materiais produzidos por eles e por outras editorias educacionais sobre esse tema (cf. https://www.institutopeninsula.org.br/qual-e-o-papel-da-experiencia-em-sala-de-aula-na-formacao-dos-futuros-professores/). É importante que diretores e coordenadores acompanhem estudos de casos e pesquisas, para que avaliem o que a escola pode incorporar de boas práticas para formação de um profissional docente cada vez mais preparado. 

A Bíblia ensina que o corpo é uma figura melhor de funcionamento do que partes isoladas. Essa noção de que o professor precisa aprender sozinho a ser professor caminha em direção oposta à sabedoria bíblica e à tendência de mercado de que as pessoas trabalhem juntas, cada vez mais colaborativamente e em equipe. 

O professor aprender a abrir a sua sala de aula para outro professor é um primeiro passo. Mas é fundamental o engajamento das escolas para o desenvolvimento de projetos direcionados para o desenvolvimento da prática docente.