Professor: um discipulador por excelência

Acreditamos que, na contramão de muitas visões pedagógicas com uma cosmovisão humanista-existencialista, o professor não é simplesmente um facilitador. Embora seu trabalho didático tenha como objetivo facilitar o processo de ensino-aprendizagem, o professor é bem mais do que isso: ele é um agente ativo na condução dos alunos ao processo cognitivo-interativo para a construção do entendimento do mundo.
O registro de Lucas 6:40, que diz: “O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre”, nos oferece um valioso caminho sobre o ensino de Jesus em relação à dinâmica discípulo-mestre ou aluno-professor.
A primeira lição está na hierarquia do relacionamento. A ideia de alguém seguir um mestre envolve submissão e confiança. Nenhuma relação de ensino-aprendizagem pode ser saudável se houver desrespeito dos alunos aos professores, o que, infelizmente, é uma constante em nossa sociedade. Recuperar esse status de uma liderança amorosa do professor e da postura ensinável do aluno é fundamental para que haja uma interação saudável em sala de aula.
O segundo ponto que o texto nos ensina é que o alvo do aluno é ser como seu mestre, seu professor. É claro que o mestre por excelência é nosso Senhor Jesus Cristo, mas Ele concede a nós, professores cristãos, o privilégio de não apenas ensinarmos Português, Matemática, História ou Geografia, mas também de sermos um referencial de conduta no meio escolar. Devemos demonstrar não só conhecimento acadêmico e habilidades didáticas, mas também contagiar nossos alunos com o testemunho de uma postura cristã autêntica ao lidar com as demandas e desafios do dia a dia escolar.
Em terceiro lugar, temos o meio para que o discípulo se torne igual ao seu mestre: através do bom preparo! Esse processo é uma via de mão dupla, pois tanto nós, educadores, devemos atuar com excelência no papel de “bons preparadores” quanto os alunos devem se esforçar para estarem “bem preparados”, aproveitando todas as oportunidades que tiverem.
É claro que não estamos esquecendo o papel primordial do discipulado dos alunos no seio familiar, mas um bom professor pode e muito ajudar nesse processo. Um exemplo disso é o jovem Timóteo, que foi ensinado na fé cristã por sua avó Lóide e sua mãe Eunice (2 Timóteo 1:5), mas que, com o apoio do seu professor, o apóstolo Paulo, teve sua fé aprimorada e se tornou como seu mestre, cooperador de seu ministério.
Professor, resgate o seu papel de discipulador por excelência. Não aceite que esvaziem sua missão, que é a de ser mestre. Você foi chamado para ser mais do que um facilitador. Você foi chamado a ser um imitador de Cristo e um modelo de boas obras para que seus alunos possam ter uma referência de como um cristão maduro deve agir. Assim, ao te observarem no dia a dia, poderão aprender e fazer o mesmo, tornando-se todos nós iguais ao nosso mestre, o Senhor Jesus Cristo.